Neurogenética na prática

Você sabe ou já ouviu falar sobre doença neurogenética? De forma geral, esse termo diz respeito a uma série de condições cujas origens estão, principalmente, naquilo que chamamos de alteração ou mutação de DNA.

Antes de tudo, vale destacar que as doenças neurogenéticas não estão restritas a um grupo específico. Isso significa que elas podem afetar de crianças a idosos, passando por jovens e adultos.

É aqui que entra em cena a neurogenética: um segmento da ciência que une duas importantes áreas, a neurologia e a genética. Ela abrange questões envolvendo a função e o desenvolvimento do sistema nervoso, bem como qual o real papel desempenhado pelos genes no desenvolvimento do corpo humano.

A neurogenética é fundamental para a sociedade, especialmente porque as doenças relacionadas são condições que podem causar impactos significativos na qualidade de vida, personalidade e comportamento do indivíduo.

Condições neurogenéticas 

Existem várias condições neurogenéticas, boa parte delas são causadas em decorrência de alterações ou mutações em um, ou mais genes. Muitas dessas condições podem se desenvolver sem um motivo conhecido. Por outro lado, embora raros os casos, existe a possibilidade de tais doenças serem herdadas.

A seguir, listamos algumas doenças neurogenéticas mais comuns:

Doença de Alzheimer: é doença progressiva que provoca o declínio de várias funções físicas e da memória.

Ataxia telangiectasia: é uma doença hereditária progressiva. Entre seus principais problemas estão a dificuldade de caminhar e um risco maior de alguns tipos de câncer.

Autismo: aqui temos um transtorno do neurodesenvolvimento. O autismo é caracterizado por dificuldades envolvendo comunicação, relacionamentos, habilidades sociais e controle comportamental.

Epilepsia: essa condição é um distúrbio crônico que provoca convulsões incontroláveis, sendo que os episódios não são causados por surtos repentinos de atividade elétrica anormal no cérebro.

Ataxia de Friedreich: entre os principais sintomas dessa doença hereditária estão a fala lenta, dificuldade para andar e fadiga. Além disso, trata-se de uma condição progressiva.

Doença de Huntington: a causa dessa doença hereditária é a degradação de forma progressiva das células nervosas do cérebro. É uma condição hereditária.

Doença de Parkinson: esse distúrbio progressivo do sistema nervoso prejudica significativamente os movimentos corporais, causando perda de equilíbrio e tremores.

Neurogenética na prática: como ela pode ajudar a sociedade

Como apontamos, a neurogenética é o estudo da interação entre a genética e o sistema nervoso. Esse campo de estudo pode ajudar a sociedade de diversas maneiras, incluindo:

• Diagnóstico de doenças genéticas do sistema nervoso, como a esclerose lateral amiotrófica (ELA) e o distúrbio de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), permitindo o início precoce do tratamento e a melhora na qualidade de vida dos pacientes.
• Desenvolvimento de terapias gênicas para tratar doenças neurológicas, como a terapia gênica para a doença de Huntington.
• Compreensão dos mecanismos subjacentes ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, ajudando na busca por tratamentos mais efetivos.
• Estudo da plasticidade cerebral e da neuroplasticidade, isso pode contribuir para o desenvolvimento de terapias para melhorar ou restaurar a função cerebral em pacientes com lesões, ou doenças neurológicas.

Sendo assim, a neurogenética tem o potencial de revolucionar o tratamento e a compreensão das doenças neurológicas, ajudando a melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas por essas condições.

Portanto, a neurogenética é uma área de pesquisa promissora que pode ajudar a sociedade de diversas maneiras, incluindo o diagnóstico e o tratamento de doenças neurológicas, o desenvolvimento de terapias gênicas e a compreensão dos mecanismos subjacentes às doenças neurodegenerativas. 

Com o avanço constante da tecnologia e de pesquisas relacionadas, é possível que a neurogenética obtenha avanços significativos nos próximos anos.